Chicago, the windy city - dia 1 e 2



Perdendo apenas para Nova Iorque e Los Angeles, Chicago é a terceira maior cidade dos Estados Unidos com aproximadamente 7,5 milhões de habitantes. Também conhecida como “Windy city” (cidade dos ventos), ela faz jus ao nome – sim, pode estar um dia lindo... mas o vento pode acabar te surpreendendo, ou seja, aqui vai a primeira dica, leve sempre um layer (casaquinho) com você e uma pashimina.  





A cidade onde Al Capone (foto) fez “fama” nos anos 20 tem quatro significados: 

  • poderosa; 
  • grande;
  • forte e
  • cheiro de cebola (isso mesmo! vai entender...)

É também a cidade dos “first” (primeiro): primeira franquia do McDonalds, primeira roda gigante, cidade da Cracker Jack (pipoca caramelada com amendoim) e cidade de Jane Addams, primeira mulher americana a ganhar o Nobel.



Também é a cidade inspiração de Gotham city, a cidade do Batman. Para os aficcionados do filme, é possível identificar onde várias cenas foram gravadas. Inclusive tem tours específicos onde mais de 80 filmes foram gravados em 30 sets diferentes.

Falando em filmes, Chicago é famosa também por outra marca de pipoca: a Garret Popcorn  (Water Tower Place 835 Michigan Avenue, Level 7 I 625 North Michigan Avenue – 60611 ou Navy Pier 600 East Grand Avenue), com direito a filas na porta, mas SUPER vale a pena, a doce CaramelCrisp é demais (bem doce), mas a mais famosa é a ChicagoMix!



A cidade que respira Blues&Jazz é um convite para quem curte o ritmo melancólico. O GreenMill Jazz Club (4801 North Broadway avenue) é uma opção cool e jovem. BuddyGuy’s Legend (700 South Wabash Avenue) onde o famoso cantor e guitarrista de blues de mesmo nome é dono e House of Blues (329 North Dearbom St) local onde Pearl Jam e The Who já tocaram.


O centro da cidade é local ideal para os passeios e tem bastante atrações para conhecer. A cidade tem um clima litorâneo bem gostoso e tudo é muito moderno e limpo. Litorâneo? Chicago não fica no meio dos EUA? É isso mesmo, só que ela é banhada pelo Lago Michigan, um dos 5 lagos que compõem a regiãõ dos "grandes lagos" entre os EUA e Canadá e que formam a maior porção de água doce do mundo, com uma área de 246 mil km²! Ele é tão grande que você não vê o outro lado e jura que está diante do mar no litoral. A cidade se aproveita dessa proximidade com o lago e tem vias costeiras (Lake Shore Drive), ciclovias a beira mar (ou seria melhor beira lago?!) e até algumas praias (durante o curtíssimo verão).


Do aeroporto para a cidade a melhor opção ($ e tempo) é com certeza o metro. O aero fica relativamente longe e tem bastante trânsito... ou seja, saia com o metrô (que passa dentro do aero) e vá para a sua estação... se preferir, pegue um taxi para chegar até seu hotel!

Sugestões separadas por dia...

Dia 01 
Passeio para reconhecimento de área ou que não canse muito, afinal você pegou alguns voos e ficou algumas horas no aeroporto para chegar até aqui, né?


O Rio Chicago e o Lago Michigan tem passeios muito legais. Se for verão, melhor ainda. O passeio do lago Michigan sai do Navy Pier e você consegue "ver" Chicago de um lugar privilegiado, com seu skyline arrebatador.



A opção do passeio do Chicago River  você embarca na altura da ponte de Michigan AveA ideia desse passeio é conhecer os famosos prédios da cidade, por isso o nome deste é Architectural River Cruise. Eu fiz o passeio, durou aproximadamente 1:30 hora. Para garantir, compre ou reserve antes, especialmente se for em finais de semana. É bastante concorrido, no verão mais ainda. Eu comprei no próprio hotel, o preço é o mesmo e você garante o seu passeio.

Já que estamos falando da arquitetura de Chicago, você sabe por que Chicago tem uma arquitetura tão moderna? Tudo mudou por causa de uma vaca... que originou um grande incêndio no ano de 1871... eis um pouco da história:

"(...) Na manhã do dia 10 de outubro de 1871, quando nuvens espessas despejaram chuva intensa sobre Chicago, as gotas d'água chiavam e evaporavam sobre as ruínas incandescentes da metrópole norte-americana. Durante dois dias, um mar de chamas assolara a cidade que, já naquela época, era a quarta maior dos Estados Unidos. O corpo de bombeiros havia capitulado: Chicago estava em chamas desde 21h do dia 8 de outubro e, já a partir das 22h30, o corpo de bombeiros tivera que admitir que o fogo estava fora de controle. Os bombeiros só puderam proteger outras partes da cidade contra as chamas e ficar esperando por uma chuva que finalmente apagasse o incêndio.

Até hoje não se sabe como tudo começou. A versão mais conhecida é a que joga a culpa da catástrofe numa vaca. O incêndio teria começado no estábulo pertencente a uma fazendeira de origem irlandesa, Catherine O'Leary, na rua De Koven, região oeste de Chicago. Na noite de 8 de outubro, a fazendeira teria ordenhado a vaca. Alguns amigos estavam festejando na sua casa e depois de muitas doses de uísque, quiseram beber um pouco de leite fresco. Quando Catherine O'Leary levou o leite para dentro de casa, a vaca teria derrubado um lampião a querosene no estábulo e, assim, desencadeado o incêndio, que só seria apagado pela chuva cerca de 34 horas depois, destruindo Chicago quase inteiramente.

O grande incêndio de Chicago deixou um saldo terrível: 300 mortos, 100 mil desabrigados, 200 milhões de dólares de prejuízo e uma área destruída de quase oito quilômetros de comprimento por um quilômetro de largura. O fogo no estábulo da rua De Koven passara imediatamente para o prédio seguinte, as faíscas incendiaram telhados e uma hora depois estava em chamas praticamente toda a região oeste da cidade. Há três meses quase não chovia no estado de Illinois. Quatro semanas antes da catástrofe, o jornalChicago Tribune já advertira para o perigo: "Após três semanas de seca absoluta, basta uma faísca para que a cidade seja queimada de um canto ao outro". As faíscas já tinham ocorrido antes do dia 8 de outubro. Foram registrados inúmeros pequenos incêndios na cidade. No dia anterior, os bombeiros tinham combatido com êxito um incêndio de grandes proporções em quatro blocos. E estavam esgotados.

Quando veio a notícia do fogo na rua De Koven, só um pequeno contingente pôde ser enviado para lá. Foi insuficiente o número de bombeiros em ação, conforme ficou constatado à meia-noite, quando o fogo atravessou o rio Chicago e começou a avançar em direção ao centro da cidade. As chamas consumiam um prédio após outro. No final, foram cerca de 17.500 casas. O depósito de gás de South Side explodiu, a sede do Chicago Tribune – considerada como não inflamável – foi devorada pelo fogo, da mesma forma como o luxuoso centro comercial de Marshall Field. O que restou foram cinzas e ruínas.

Somente dois dias depois do fim da catástrofe é que a população pôde fazer um primeiro balanço dos prejuízos: antes disso, estavam muito quentes os restos da cidade, que era chamada de "rainha do oeste" antes do incêndio. Mas, já na semana que sucedeu ao incêndio, voltou a espalhar-se aquele inabalável otimismo norte-americano, que ainda hoje é uma das características do país. Na época, John Stephan Wright escreveu: 'Em cinco anos, Chicago terá mais habitantes, mais dinheiro e mais negócios do que teria sem o fogo'. Ele tinha razão. Menos de um ano depois do incêndio, estava pronta a nova Chicago. Foram enviados donativos de todo o mundo para a cidade às margens do lago Michigan, dando um novo significado à lenda da fênix que renasce das cinzas (...)" - fonte aqui.

Para a reconstrução da cidade foram chamados grandes nomes da arquitetura, como Daniel Burnham, William Jenney, e mais tarde Louis Sullivan, Frank Lloyd Wright, Mies van de Rohe montaram um sofisticado plano urbanístico. A arquitetura moderna da cidade é realmente impressionante e você não se cansa de olhar para o alto. Chicago inclusive é considerada uma das referências da arquitetura americana e uma das primeiras cidades a ter arranha-céus.

Depois do Passeio, saiam andando pela Michigan Avenue sentido Norte, é uma delícia, cheia de lojas...  e no caminho note as seguintes construções:



Chicago Tribune (435 North Michigan Avenue) – prédio do famoso jornal que logo depois do incêndio cravou a manchete “Chicago renascerá”. Tem estilo neogótico e é todo feito com pedras de construções do mundo inteiro: do Kremlin em Moscou até do Vaticano.

Continue caminhando....até chegar no... Old Water Tower  (821 N Michigan Avenue), umas das únicas construções 









que sobreviveram ao grande incêndio e encontra-se intacta em plena Magnificent Mile.

Mais pra frente... você encontrará o...


John Hancock Center (875 North Michigan Avenue - 94th floor): é um dos prédios mais altos de Chicago, porém não aquele com chão de vidro. Ao invés de pagar para visitar este, vá jantar no renomado restaurante que localiza-se lá, assim a subida é gratuita e você estará a um andar abaixo do topo. O restaurante “The Signature”  fica no 95º andar. Cheque o horário do por-do-sol e vá um pouco antes tomar um drink, ver a cidade de cima de dia... e aproveite o espetáculo. Reserve uma mesa e chegando lá tente mudar para uma na janela, pois estas não estão aptas para reservas. Como fica na Michigan Av. (Magnificient Mile) é fácil de reservar (se passar por lá)... ou se preferir use o site www.opentable.com. Lá de cima poderá apreciar o azul turquesa do lago Michigan, algumas de suas 30 praias artificiais e o cristalino Chicago River (recheado por mais de 60 espécies de peixe, incluindo truta e salmão). Tem que consumir pelo menos um prato principal. A vista é esse aí de baixo, ó? O dia não estava dos melhores, mas eu curti mesmo assim!


Vista do Restaurante The Signature - Chicago
 



Dia 02 – ou um dia de sol e céu limpo!
Hoje é dia de bater muita perna pelos parques da cidade...

Comece o passeio pela Buckingham Fountain (301 S Columbus Dr) que é um chafariz gigantesco que jorra água até 45m de altura e possui shows a cada hora, com duração de 20 minutos... acompanhado de luzes e música. 



Seguindo ao sul está localizado o Grant Park (337 E Randolph St.), que é uma enorme área verde entre os prédios da South Michigan Av. e o lago Michigan. Foi lá que em 2008 o recém eleito presidente Barack Obama fez o discurso da vitória. Está localizado no Loop.



Chicago é um museu a céu aberto. É possível encontrar obras de Picasso, Miró, Chagall pela cidade. O museu Art Institute (111 South Michigan Av) possui uma coleção de 300 mil peças, incluindo a famosa Nighthawks do americano Edward Hopper. Fica entre o Millenium Park e o Grant Park.



Millennium Park - aqui e aqui

O Millenium Park acredito ser a principal atração turística da cidade. E adianto, é demais mesmo. São fontes, teatros, campos, esculturas... um centro cultural ao ar livre, um presente da arquitetura moderna. Ah, tem free wifi.



Dentro do Millenium tem o Lurie Garden  tem um jardim lindo e agradável para passear e aproveitar um novo ponto de vista do skyline da cidade e do próprio parque.



Harris Theater fica a casa da Chicago Opera, Hubbard Street Dance e palco para muitas outras renomadas companhias se apresentarem. Isso mesmo, a opera ocupa o mesmo teatro que uma cia de dança de rua. Mistura moderna.



BP Bridge não é apenas mais uma ponte interessante e bonita feita de aço, ela foi projetada para criar uma barreira acústica e proteger o Jay Pritzker Pavilion do barulho do tráfego da avenida que passa por ali.



Projetado pelo famoso arquiteto Frank Gehry, criador do Museu Guggenheim de Bilbao na Espanha, o Jay Pritzker Pavilion é um teatro a céu aberto, elaborado para receber concertos e apresentações artísticas. Sua estrutura metálica, que remete a muitas outras criações do arquiteto, é de surpreender. Até os detalhes da acústica foram bem planejados de maneira com que as caixas de som não atrapalhem ou formem algum tipo de eco com o som que vem direto do palco. Durante o curto verão é palco de festivais abertos de jazz, blues e afins.





Outro ponto alto do parque é a Crown Fountain, que são as fontes que fazem referências aos gárgulas da mitologia e a água como símbolo da vida. E essa água que sai da fonte forma um pequeno espelho d’água onde as pessoas aproveitam para brincar e se refrescar durante o verão. Nem o próprio artista esperava que a população fosse interagir dessa forma com sua obra. Os rostos projetados são de cidadãos comuns da cidade, aqui, nada de famosos não.



Apesar de ser mais conhecido como The Bean (feijão), seu nome original é The Cloud Gate. A obra é do indiano-britânico Anish Kapoor, foi inspirado no mercúrio líquido e reflete e distorce o skyline da cidade, pesa 110 toneladas, tem 20 metros de comprimento e 10 de altura com um vão de 3,5 metros. Um prato cheio para os turistas que passam por ali sempre procurando uma foto diferente com o lindo skyline refletido no ‘feijão’! Está exposto no parque desde 2006.






Navy Pier (600 East Grand Avenue) localiza-se no Lago Michigan em frente ao centro da cidade e é visitado por milhões de pessoas devido à variedade de atividades que se pode realizar e por suas incomparáveis vistas panorâmicas da cidade. Eu sinceramente não achei nada demais, com criança tem várias atrações de comida, parques e brinquedos. Ali tem uma roda gigante que pode render uma bela vista do alto da cidade. No verão está sempre cheio nos finais de semana especialmente... já no inverno...

Do Navy Pier tem um “trem" gratuito para levar os visitantes de volta para o centro...

Ordem de distância da caminhada do dia: ~2,5km
Sequência sugerida é => Grant Park/ Buckinghan Fountain => Art Institute => Millenium Park => Navy Pier


Beijos,


Rafa Cavalca.


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