Deserto do Atacama, por Nataly!

A Naty é demais! Não bastasse o post top que ela fez de Santiago agora ela conseguiu um tempinho e nos brinda com dicas sobre a viagem (invejável) pro Atacama.... vamos dividir o post em partes - preparativos e passeios (pra ficar bem completinho), hoje ficamos com o preparatórios da viagem....

San Pedro de Atacama.

"Depois do post de Santiago, venho aqui contar sobre a segunda parte da viagem, o Deserto do Atacama. Continuei a viagem com a Ju e o Igor e já nas pesquisas estávamos amando o que viria pela frente. Nunca vou esquecer a reação da minha mãe quando eu contei pra ela que ia pro Atacama, ela demorou uns segundos processando a informação e aumentou o tom de voz numa pergunta: “Deserto do Atacama?”. Pois é o lugar com o clima mais árido do mundo e cheio de areia, mas para turista nenhum botar defeito, pois tem passeio para todos os gostos.

Passagens

Saindo de Santiago, a maneira mais fácil de chegar na região do deserto é de avião mesmo. A LAN tem 2 voos diários para Calama, cidade que fica a uma hora de carro de San Pedro de Atacama, a base da nossa viagem ao deserto. Se você comprar pelo site da LAN prepare-se para pagar à vista pois não tem a opção de  parcelar o voo,  ou agora com a fusão da LAN/TAM, pode comprar direto com a TAM. No nosso caso, a Lavicie da Dreams Travel Solution by Magic Way nos ajudou com esse impasse.  Mas o principal ponto aqui é: comprar com antecedência pois elas ficam caras pela baixa oferta.
  
O voo de Santiago a Calama dura 2 horas e estava lotado. O aeroporto é um dos menores que eu já estive, mas está passando por uma ampliação, pois nem só de turismo vive a região, que é rica em minérios. Num dos tours conhecemos um casal carioca que fez Santiago a Calama de ônibus e levou 20 horas na estrada, é uma opção mais econômica que é válida pra quem tem mais tempo e disposição, é claro! Em Calama já é possivel sentir a altitude e aridez do local, a Ju sentiu falta de ar já no caminho para San Pedro.

Transfer

O nosso hotel de San Pedro agendou o transporte de Calama para San Pedro com a Transfer Licancabur, por 22 mil pesos por pessoa a round trip. Na viagem de 1 hora tivemos o nosso primeiro contato com o deserto, que é impressionante! Uma imensidão sem fim, a estrada corta o deserto... nada de um lado e nada do outro. É lindo, diferente de tudo que já tinha visto!


A cidade de San Pedro de Atacama


San Pedro de Atacama está localizada no meio do deserto, a primeira impressão é que ela é composta apenas da via principal, a famosa Rua Caracoles (guarde esse nome!) e seus arredores. Porém, quando passamos a pegar os outros passageiros dos tours conhecemos uma San Pedro um pouco diferente, maior do que a primeira impressão, mas ainda muito pequena. Uma cidade de ruas estreitas, onde mal passam dois carros e os motoristas dos tours fazem milagres com as vans e ônibus.
  
A Calle Caracoles é o coração da cidade, onde você vai almoçar, jantar, comprar água, artesanato e fechar os tours. Nos arredores você ainda encontra as casas de câmbio e outros restaurantes.
  

Os moradores da cidade vivem de turismo e você acaba não tendo muito contato com os atacamenhos nativos mesmo, a não ser nas lojas de artesanatos, com as índias querendo te vender uma lembrancinha.
  
A cidade fica a 2.200 metros de altitude, lá você já começa a sentir os males que a altitude faz com quem não está acostumado, os movimentos já ficam mais lerdos e as caminhadas viram despretensiosos passeios pela rua.
  
A temperatura da cidade varia muito, no sol é muito quente e de noite é bem fresco. Geralmente as previsões de temperatura dos nossos celulares não acertavam muito.


Calle Caracoles, e a Naty no projeto #pulandoeviajando


Hotel

  
Fizemos a reserva do hotel pela internet mesmo, sabíamos que o hotel tinha que ser na região da Caracoles para facilitar a nossa estadia. Ele foi o primeiro a oferecer a opção de quarto triplo e reservei correndo para garantir. Depois de várias pesquisas, resolvemos ficar com ele mesmo pelo custo x localização x quarto triplo.
  
Quando a Dani, uma amiga que correu o Mountain Do do Atacama em 2012, comentou sobre a primeira impressão dela quando chegou em San Pedro e o transfer deixou outros passageiros em outro hotel: “se o hotel mais caro é desse jeito, imagine o meu hostel baratinho”, fiquei com medo da infraestrutura da cidade, mas tudo indicava que o nosso hotel seria bom, ele era perto da Caracoles e isso já ajudaria bastante.
  
O hotel La Casa de Don Tomas acabou sendo uma grata surpresa, pois quando você vai para o meio do nada pode esperar qualquer coisa, né? Todos os contatos com eles, desde a confirmação de reserva, até indicação de tours e transfer sempre foi feito com muita tranquilidade, eu escrevendo inglês, eles respondendo em espanhol (coisa de chileno, não foram os únicos). Mas é sempre bom ver com os nossos próprios olhos. Chegando na recepção avistamos um prêmio do Trip Advisor de 2013, pesquisando na internet descobri que ele ficou na 18a posição na categoria Bargain Hotels in Chile.
  
Naty, Ju e Igor.

Muito atenciosa a recepcionista nos explicou como funcionava o hotel, são 4 construções com quartos, área de restaurante, estacionamento e piscina. Todos os dias recebemos 3 garrafinhas de água mineral no quarto e no restaurante tínhamos chás a vontade, incluindo o maravilhoso contra os males do deserto, o chá de coca. Fora Wifi por todo o hotel, toalhas extras para os passeios “molhados” e a cereja do bolo, café da manhã prontinho para você, não importando a hora em que seu tour fosse sair. Bastava avisar que precisava do café para o horário x na recepção na noite anterior e tcharaaan, estava lá o pacotinho com suco, sanduíche, barrinha de cereal e iogurte para todos. Simplezinho, mas bem bacana. E quando o tour era no horário em que o café da manhã estava servido, tínhamos um buffet estilo americano a disposição.
  
O quarto era simples, com calefação, ventilador e banheiro. Nosso quarto triplo eram de 3 camas de solteiro. A cidade é bem calma, então mesmo tendo o quarto virado para a rua, não tivemos problemas de barulho.

Restaurantes

  
Algumas refeições acabamos fazendo nos tours, ou dependendo de quando o tour começava ou acabava fazíamos um “almojanta”, por isso nos 4 dias de viagem comemos fora apenas 4 vezes. Todos os restaurantes que estivemos tem uma parte ao ar livre, por se tratar de um deserto, é raro chover. Reparem nos endereços, todos os restaurantes são vizinhos, na mesma quadra da Caracoles.
  • Café Adobe (Caracoles, 211): foi o nosso favorito, repetimos inclusive. No primeiro dia pedimos duas pizzas muito boas e ficamos babando nos pratos dos vizinhos. Por isso resolvemos repetir o restaurante, desta vez cada um pediu um prato, eu escolhi um risoto de quinoa com cogumelos e sweet tomatoes, com certeza a minha refeição favorita no deserto. O serviço é bem ágil e o ambiente uma delícia.
  • Restaurante Casona (Caracoles, 195): nossa empanada no deserto foi uma delícia, era para ser uma entrada que virou prato principal até pedirmos para embrulhar os nossos sanduíches que viraram jantar no hotel, ai a refeição virou um stress. O grande problema foi o serviço, fomos muito mal atendidos, era troca de turno, a conta e os sanduíches demoraram para chegar, uma irritação só. Pela primeira vez não paguei pelo serviço em um restaurante. A comida é muito boa, espero que quem for tentar seja bem tratado. (fui pesquisar o endereço e descobri que ele também ganhou prêmio no Trip Advisor, demos muito azar no dia).
  • Casa Di Piedra (Caracoles, 225):  um restaurante mais baratinho, com uma porção grande de macarrão delícia, se tivéssemos mais tempo no deserto com certeza iriamos repetir este. Comi um macarrão ao molho Alfredo com salmão.

Tours

  
Fechamos todos os passeios no dia em que chegamos em San Pedro, pois apesar de ser deserto, as condições climáticas e disponibilidade dos tours poderiam afetar a programação. Todos os 4 tours fizemos com a Touristour: Salar de Tara, Geyseres del Tatio y Machuca, Valle de la Luna y Valle de La Muerte e Laguna Cejar y Tebinquinche.
  
Nesta empresa eles passam te pegar na recepção do hotel meia hora (ou um pouco menos) antes do horário programado para começar o tour e na volta também te deixam na porta do hotel.
  
Vou contar em cada tour o que senti de “males do deserto/altitude”, descobri que tem nome para isso, soroche. Os sintomas são pesados, mas nem todo mundo no grupo sentiu.

O que levar (pro verão)


Você precisará de uma mala versátil. De verão e inverno. Não pode faltar manga curta, e a manga comprida usamos pra nos proteger do sol!
·       - Uma conjunto de roupa térmica para os Gêiseres;
·       - Jaqueta de inverno/neve/muito frio;
·      - Gorro - os gorrinhos inca das lojinhas da Caraloles esquentam bem;
·     -  Cachecol;
·     -   Luva;
       -   Biquíni para entrar nas lagunas;
    -   Mochila - para levar tudo pros tours, dá pra levar mais coisa e é mais confortável;
·    -  Um tênis velho e confortável ou de trilha, pra não ter dó de colocar ela em areia, pedra, sal... você vai usar ele em todos os momentos da viagem;
·     - Todos os mesmos cosméticos indicados para Santiago.
o   umidificante nasal (Sorine da faixa roxa ou maxidratt);
o   colírio (eu uso lente e sofri bastante, tinha 3 tipos de colírio na bolsa);
o   creme hidratante de corpo;
o   creme hidratante para as mãos;
o   protetor solar facial e corporal;
o   óculos de sol (você não vai tirá-lo do rosto!);
o   protetor/hidratante labial;
o   boné (pode ser mania de corredora do olho claro, mas quando o sol pegava mesmo eu arrancava o bonezinho da bolsa pra andar por lá);

·        A grande sacada dos passeios longos e na altitude são as camadas de roupas, pois num passeio longo você vai passar frio e calor. Eu acredito ter acertado bem a mala desta viagem.

     Kit de remédios básicos, pois na cidade apesar de ter farmacinha, não tem médico e você não vai conseguir comprar aquele remedinhos de sempre sem receita. 
     
     Minha sugestão: curativos, Nebacetin, Hipoglos, Allegra, Vicky, Resfenol, Advil, Naturetti, Floratil, Dramin, Bepantol e água termal... Acabei usando muito pouco deles, mas sempre levava os mais úteis na mochila nos tours mais longos, pois os males do deserto pegam mesmo. Já de volta ao Brasil, relatando o que senti com o soroche, descobri que existe um remédio especial para evitar os sintomas desse mal: Sorojchi Pills.
·       
San Pedro de Atacama.


O chá de coca


Um santo remédio para os males do deserto, no nosso hotel tinha a vontade, depois do passeio no Salar de Tara que passei muito mal, não deixei de toma-lo várias vezes por dia, levando até numa garrafinha térmica. E nunca mais passei muito mal. A Juliana andava com as balinhas de coca nos bolsos e não passou tão mal quanto eu. Atenção!!!! Coca não tem NADA a ver com cocaína! Podem ir tranquilos! Essa planta pode ser ingerida na forma de chá, de bala ou até mesmo mascada in natura. Dentre seus efeitos, ela combate o mal da altitude, diminui a fome, a sede e o cansaço, boa para ajudar na digestão e cura dores de cabeça. Não vicia e tampouco é alucinógena. É um estimulante poderoso, uma única folha equivale a quatro xícaras de café!



Chá de coca e a planta in natura!
Bala de coca!


Dicas Gerais

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    Quando o tour for longo e provavelmente você vai ter que fazer xixi no deserto (eu demorei pra me acostumar com a ideia, mas seria impossível pegar mais quase duas horas de estrada na volta a San Pedro com vontade de ir ao banheiro) - acostume-se com a ideia e se prepare, pergunte ao guia onde é o local mais indicado.
·       
   Em alguns passeios a altitude também afeta as garrafas de água, tubos de cremes e afins. Cuidado na hora de abrir.
·      
   Tomar muita água.
·      
      Andar devagar.
·      
   Fazer um seguro viagem mais completo do que os que a gente está acostumado a fazer, afinal San Pedro não tem hospital e o mais próximo fica em Calama. O nosso foi feito pela mesma agência que nos vendeu as passagens Santiago-Calama, pegamos o plano FULL da Global Travel Assistance.
    
   
    Daqui uns dias tem post dos passeios!
    Beijos,


                Rafa Cavalca.









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