YAYOI KUSAMA - Obsessão infinita

Agora a exposição da Yayoi Kusama está em São Paulo, anota aí!

Instituto Tomie Ohtake.
Av. Faria Lima, 201, 2245-1900. 3ª a dom., 11 h/ 20 h. Grátis. Até 27/7.
É a última parada da exposição no Brasil, imperdível!




Olá pessoal, estou de volta!!!

Estive ausente, mas cá estou eu de volta!
Este post é pra falar de uma exposição INCRÍVEL que está acontecendo aqui no Rio da artista japonesa Yayoi Kusama - Obsessão infinita. Mesmo que você não entenda muito de arte esta é uma exposição sensacional. Vou contar a minha experiência e ponto de vista, e também um pouco sobre a artista. Já na entrada do CCBB você tem uma pequena amostra do que verá.


Foto: Rafa Cavalca.

Yayoi Kusama é a artista japonesa viva mais proeminente. É a primeira vez que uma exposição com sua retrospectiva, obras de 1950 até 2013, é feita na America Latina. Ela se expressa através de pinturas, vídeos, obras em papel, esculturas, slides e instalações na exposição.

A artista sofre de esquizofrenia, e desde criança tem crises de alucinações e delírios. A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica, que também foi retratada no filme "Uma mente brilhante"com o ator Russell Crowe no papel do matemático John Nash, que era acometido pela mesma doença. Quem assistiu o filme consegue associar alguns sintomas como obsessão e repetição à doença. Nas obras da artista isso fica muito claro, e uma de suas marcas registradas são os pontos ou "polka dots", traduzindo suas alucinações em suas obras. Além de esquizofrênica, o TOC - transtorno obsessivo compulsivo, também acomete a artista.

Foto: Rafaella Cavalca.
Fotos: Rafaella Cavalca. 

Não é permitido tirar fotos da exposição, apenas onde a artista traduz sua obsessão em ambientes interativos, como a sala da foto acima ou até mesmo no espaço em que os visitantes são convidados a fazer parte da obra, literalmente, ganhando uma cartela de adesivos para fazer do espaço uma intervenção ao estilo pop e dots da artista. Esta sala que antes era branca vai ganhando formato a medida que recebe visitantes. A Obliteration room, mesmo com uma fila de uns 20 minutos, vale a pena.

Foto: Rafa Cavalca. 
Sala da obliteração.

Outra característica bem marcante da obra da artista são os falos. Eles são encontrados em várias obras da artista e em grande número. Leia abaixo um dizer da artista:

"Artistas não costumam expressar seus próprios complexos psicológicos diretamente, mas eu adoto meus complexos e medos como temas. Fico aterrorizada só ao pensar que algo longo e feio como um falo me penetre, e é por este motivo que construo tantos falos... Eu construo muitos e muitos deles e então continuo construindo até que me enterro no processo. A isto dou o nome 'obliteração'."- Yayoi Kusama.



Na foto, eu e Roberta Cibin.

Na série de quadros "Redes Infinitas" (esse não podia fotografar), eu consegui imaginar o tamanho da "loucura", com o perdão da palavra, que a Yayoi deve ser atormentada. Quando vocês virem irão entender do que falo.

Outra parte que também vai ficar somente pra quem for visitar é uma sessão de obras super recentes, do ano de 2012, com quadros enormes, coloridos... lindos! Impressiona que a sala tem um número muito grande de quadros e todos do mesmo ano. Mais um sintoma (acredito eu) da doença.



A artista transformou sua doença e obsessão em arte, e seu reconhecimento no mundo todo é comprovado com exposições com recorde de público, como aconteceu em Buenos Aires ou de ter vendido uma obra sua por U$5,1 milhões. Outro exemplo é que ela foi convidada pela famosa marca francesa Louis Vuitton para usar seus dots nos objetos da marca.



A artista que morou durante muito tempo em Nova Iorque, voltou pro Japão devido ao agravamento de seus problemas de saúde em 1973 e em 1977 mora em uma clínica psiquiátrica, onde se internou por vontade própria, e usa seu apartamento como ateliê para continuar sua arte e diminuir sua inquietação.  

No Brasil a artista possui a obra Narcissus Garden Inhotim (2009), encontrada no Centro Cultural Inhotim em Minas Gerais, que no site de Inhotim define a obra como "Nessa nova versão da escultura-chave de Yayoi Kusama, de 1966, 500 esferas brilhantes de aço inoxidável flutuam nos espelhos d’água da cobertura do recém-inaugurado Centro Educativo Burle Marx, em Inhotim. Esta obra matricial da arte feminista é uma escultura em grande formato que, no entanto, se desmaterializa, movendo-se organicamente em reação ao vento e refletindo a natureza ao seu redor", fica aí outra boa oportunidade para conhecer não somente o trabalho da artista como de vários outros nomes.

Foto: Pedro Motta, aqui.

Essa foi minha experiência na exposição e recomendo fortemente quem estiver ou morar na cidade ir visitar. No Rio ela vai ficar até dia 20/01/2014 no Centro Cultural Banco do Brasil, na Rua Primeiro de Março, 66 - Centro, com entrada gratuita, de quarta a segunda das 9h às 21h. Depois do Rio, Brasília e São Paulo receberão a exposição.


Beijos,


Rafa Cavalca.

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